11.12.09

continuidade

Um dia ela quis atravessar o mundo.
Desfez a trança, cortou os cabelos, encheu o peito de ar e saiu descalça meio que sem rumo.
Ninguém sabe mesmo onde a vida vai dar... Não saber o caminho agora não tem tanta importância.
Mas chegou a noite e o frio. E o peito apertou.
O que ela queria era atravessar tudo de novo e se jogar embaixo das cobertas, onde encontra aquele olhar perdido no escuro da noite, mas direcionado à ela.
Não era um dia comum. Nunca vai ser um dia comum.

30.11.09

incompetência

Quando ele me aconselhou a te chamar pra ir buscar uma água comigo, como dica, talvez nesse momento eu devesse tê-lo dito que quando eu o chamei pra buscar minha água era exatamente isso que eu queria: dá-lo uma dica. E ele não entendeu.
O tempo todo eu fico querendo que ele entenda e perceba e me beije. É o que eu quero quando lhe peço minha água. É o que quero quando lhe olho. Quando lhe mando mensagem, quando fico parada do lado dele e até mesmo quando estou em casa, longe.
E ele não percebe, ainda que eu lhe peça um litro d’agua.

Mas ele acha que com você vai funcionar. E eu não vou tentar pra saber.




Palavras antigas, esquecidas pelo computador.
Mas gostei delas.

23.11.09

90

Eu implicava, é verdade. Mas gostava de muita coisa também.
Gostava dos chinelos pesados e da camisa aberta arrastando pela casa.
Do silêncio do almoço, do sono fácil e difícil de perder.
Gostava do humor, da sinceridade, do bom coração. Do prato cheio. Do jeito.
Toda pessoa é singular, mas alguns são bem mais singulares que outros.
E ele misturava a falta de plural com o ímpar, resultando numa figura que nunca vai ter igual.
E de profunda importância.
Não era meu maior apego e nem meu maior zelo, mas faz parte de mim e me fez quem sou também.

13.11.09

momento saudosista no meio da tarde

no chat da turma (oh sempre turma), falando pra ana sobre os tempos da faculdade:


acho que, de saídas, as que mais me marcaram foram churú e circulador.
esporadicamente um trilhos.

se bem que tudo marcou:
a festa de ano novo
as saídas com os meninos
as reuniões na casa de alguém
os sushis depois da aula (quando eu ainda nem gostava e quando comecei a gostar)
as poucas idas ao mamãe
as muitas conversas antes, durante e depois da aula
as cocas divididas
os bombons divididos
esperar a paula chegar...

vou parar, meu olho tá lacrimejando e eu tô no trabalho.

6.11.09

meu primeiro emprego

Foi mais ou menos na noite em que a banda do irmão da amiga tocava. Entre um gole e outro de hi-fi, a outra amiga falou:
- Tô trabalhando em tal escola de idiomas, tão precisando de gente. Não é o melhor emprego do mundo, mas até que é legal.
Então eu fui e, no teste, escrevi o texto em inglês mais cheio de citações de músicas do Travis já feito. E o chefe me achou criativa, e gostou.
Eu me achei esperta e burra ao mesmo tempo, mas tava empregada.
E trabalhar era, na verdade, única e exclusivamente uma diversão.
Essa coisa de se sentir "gente grande" e "importante".
Gostava de cumprir horários, ter responsabilidade extra famlía-escola-cinema-clube-televisão.
Quando eu ganhei meu primeiro salário (um mínimo que, na época, era 350 reais), eu me senti a pessoa mais rica do universo. E me senti no direito de cometer uma extravagância. Fui numa loja Melissa e comprei uma sandália do Pequeno Príncipe que custava 50 reais. O que eu achava um absurdo de se gastar.
Todo final de mês eu ficava assim com esse monte de dinheiro, sem saber nem como empregá-lo.
No final das contas, deve ter ido inteiro pros bombons caseiros da lanchonete do CEUT, pros filmes e saídas, livros, CDs e DVDs - que nem lembro mais quais foram.
Mas a sandália do Pequeno Príncipe até hoje tá aqui.

4.11.09

ontem

Olha, esse tom pastel não é dos meus passos.
Esse barulho não sai da minha voz.
Essas contas não sou eu quem paga - pago outras, mais abrangentes.
Eu fico aqui, de passagem.
E, se tenho que me perder, a volta é realmente dolorida.
São murmúrios, lágrimas, silêncios.
Tem algumas coisas que eu gosto, é verdade.
E você atrapalha todas, sem excessão.
Então vou me calando...

20.10.09

olha, não sou daqui...

Eu não sou uma pessoa que se apega muito. Isso é fato.
Me apego a alguns. Poucos e bons.
Me apego a hábitos, infelizmente.
E muito à músicas, felizmente - exceto por aquelas que grudam para todo sempre na cabeça.
Me apego a coisas... Algumas, também. Meus sapatinhos Melissa, meu computador, livros, CDs, DVDs, telas, tintas, pincéis, presentes.
A falta de uns seria resolvida em horas. De outros, nem anos ajudariam.

Não acho o laço de sangue o mais forte. Desculpe, mas não acho.
Mais forte é aquele que o coração sinaliza.
Logo, sempre tive famílias suportes, vários lares...
Como uma certa casa aqui do lado e outra perto do shopping - por onde andei bastante de bicicleta.
Casas que me ouviram de noite e que me abraçaram muito, às vezes até melhor que a minha própria.
Onde tudo era bem-querer e muito era bem-estar.

Por isso não sou e nem posso ser totalmente daqui - como hoje sou bem mais dali.
E ainda vou ter meu próprio lugar.

bregas...

Pode parecer nhá,
Mas outro dia você tava dormindo e eu tava meio acordada...
E minha mão bateu na sua sem querer...
E você segurou com força, mesmo dormindo.
E eu achei bonito...

6.10.09

é sim

Então...
A vontade é muita de fazer esse blog voltar a funcionar.

Outro dia eu coloquei meu nome no google e sai abrindo o que apareceu.
Além de muitas entrevistas pra amigos jornalistas (não é, Nat?), referências à minha monografia no currículo dos professores da banca, contas no last.fm e twitter, encontrei uma espécie de poema que eu escrevi, num blog totalmente desconhecido por mim. E tinha até meu nome em parênteses, fazendo referência. Sim, é óbvio que isso deve ser feito mesmo, mas eu fiquei... Não sei se bem emocionada ou surpresa, sei que foi bom... A pessoa tava meio que dizendo que aquilo traduzia o que ela sentia e ainda tinha comentários fazendo o mesmo e tudo mais.

Dá vontade de escrever de verdade... De deixar mesmo que as pessoas se identifiquem, te citem, te usem...

Ferreira Gullar é abençoado...

25.8.09

just in time

Outro dia eu tava pensando sobre o timing das coisas. Não vou descrever, mas apesar das coisas não andarem tão bem assim, eu sei que vem tudo acontecendo no tempo certo pra mim. Ou melhor, eu percebi isso. E um dia, de madrugada, esse timing tão certo me fez acreditar que todas as coisas boas que eu tanto quero ainda vão me acontecer. Vai dar tudo certo pra mim, pra nós. Eu sei.

Mas enfim... Isso tudo me fez pensar que não é o acaso que tá guiando o mundo. Não pode ser. Tem uma força maior influenciando as coisas. E eu queria muito que mais pessoas abrissem os olhos para os sinais. E crescessem, sabe? Usassem as experiências, até mesmo o sofrimento, de forma positiva. Porque o clichê já prega que há mal que não traga o bem. E é preciso acreditar nisso, acima de tudo, e se deixar levar pelo pensamento positivo. Sempre.

4.8.09

sazonal

lembro que quando eu era criança, queria um boneco baby, achava ele lindo. hoje em dia... é a coisa mais bizarra ever.
eu gostava de um creme com abacaxi que a mamãe fazia no natal. ela nunca fez em outra época do ano. e nem eu pedia. era como se fosse panetone, que só é vendido naquela época.
eu também raramente comia doces ou bebia refrigerantes. leite condesado, por exemplo, eu só comia quando estavam fazendo bolo aqui em casa. em outras situações ele nem existia. e, não sei se por isso, o gosto do leite condensado era bem melhor quando eu era criança.
eu não gostava de andar só de calcinha, mesmo quando era bem pequena. e todo dia de tarde tomava banho e me arrumava. pra ficar em casa mesmo, só porque achava legal. e nem por isso me tornei vaidosa...
lembro que as saias de prega eram minha peça preferida do guarda-roupa. eu gostava de vestí-las e ficar rodando dentro do quarto, sozinha, pra ver o efeito que fazia, o quanto era bonito o movimento da saia.
eu acreditava em papai noel e toda noite de natal ficava reparando no céu, pra ver se avistava algum vulto. dormia bem cedo, esperando o presente, que tinha sido escolhido a dedo.
tive vários amigos imaginários. e já fui narizinho, emília, paquita, kimberly e punky (a levada da breca).
eu ouvia historinhas de vinis coloridos, lia gibi da turma da mônica e fazia as pesquisas da escola na enciclopédia barsa.
e no quintal da minha casa tinha um flamboyant bem grande, que coloria e fazia sombra.

no entanto, as coisas realmente mudam... logo cedo descobri que o papai noel nunca existiu, com seus duendes e renas. percebi que o creme de abacaxi não era sazonal (mas nunca mais ele foi feito). cansei de me arrumar pra ficar em casa (se ele vier eu tento melhorar). passei a ser maria clara, e pronto. as cores agora são dos dvds e das músicas, os gibis são da mafalda, as pesquisas do google, e os doces e refrigerantes à gosto. mas o flamboyant foi cortado.

1.8.09

what can you do with a sentimental heart?

Cried all night
Till there was nothin more
What use am i as
A heap on the floor
Heaving devotion
But it's just no good
Taking it hard
Just like you knew i would

Oh
Old habits die hard
When you got
A sentimental heart
Piece of the puzzle
And you're my missing part
Oh, what can you do
With a sentimental heart?



24.7.09

a quinta que não pareceu dia nenhum

.
..
.
um dia que só acontece na vida dos outros. um dia fora do ano, fora do mapa.
.
.
.

23.7.09

vai levando

eu queria ser assim: sem medo.
me arriscar, empurrar meu coração num precipício, aceitar os empregos mais diversos, morar nos lugares mais longes, abrir meus ouvidos para todos os ruídos e a boca para muitos sabores.
eu queria pegar um ônibus de olho fechado e parar em qualquer lugar ou lugar algum. queria aprender a gostar de cerveja e tudo mais que, pra mim, fosse impossível.
no entanto, quem queria não quer de fato. e, portanto, não faço essas coisas.
mas passo bem, obrigada.


Mesmo com o todavia, com todo dia
Com todo ia, todo não ia
A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando
A gente vai levando essa guia

(Chico)

2.7.09

éam...

às vezes eu tenho vontade de sair daqui, sim. de ir pra um lugar totalmente desconhecido, com coisas totalmente novas. de ver mais colorido, ter mais ânimo.
às vezes eu quero que a próxima encarnação chegue logo e que eu venha uma pessoa com menos karmas. embora eu nem acredite de fato nessas coisas.

eu queria que só amar consertasse tudo...
e que fosse realmente possível aceitar as pessoas do jeito que elas são.

eu queria que o mundo fosse bem mais utópico.
e que felicidade fosse um país de todos.

19.6.09

então...

Obviamente eu não fui morar na Argentina. na verdade já cheguei faz tempo...
Durante a viagem, até comecei a fazer um diário de bordo, que prefiro não postar porque ficou muito longo e etc.
Não que eu ande muito ocupada pra atualizar o blog, mas logo depois que voltei do meu tour Buenos Aires - São Paulo - Brasília, fui pra Pedro II [o festival de inverno mais charmoso] e voltei de lá com um dedo fraturado, seguido de um dente do ciso nascendo, inflamando e doendo, e agora uma garganta vermelha que está deixando meu corpo quente. Tudo bem, porque os dias legais compensam tudo isso e eu passei pelo teste do Detran, provavelmente a experiência mais chata da minha vida. Mas meus fiscais foram bem legais [thanks, guys]. Ah! E eu não paguei para eles serem legais.
Agora tô aqui seguindo meus dias de [H]ouse e espera por emprego... Me inscrevi numa pós que deve ocupar meus fins de semana por um ano. Não sei bem ainda o quão irritante isso pode se tornar, mas, por enquanto, tô achando divertido.
Er... É isso.
Uma coisa que eu voltei dessa viagem bem pensando é que eu não quero mais tentar mudar o mundo, nem as pessoas. Eu tô fazendo um grande e incrível exercício pra simplesmente aceitá-las e suportá-las como elas são.
E eu quero ser livre logo. Ah, como eu quero...

19.5.09

volto logo



beijos.

15.5.09

meme

xenthi, eu respondi esse meme porque me fez lembrar os cadernos de confidências que a gente respondia na sétima série. eu adoraaaava. sempre achava que ia descobrir algo revelador com eles. e no final não passava de "quem você levaria para uma ilha deserta?". pura emoção.

não vou condenar ninguém não, tá? faz também quem quiser.

onde está seu celular?
aqui na minha mesa, do lado da caixa de band-aid
e o namorado? na casa dele... (eu acho hehehehhe)
cor do cabelo? sei lá... marrom mais pro claro?
o que mais gosta de fazer? assim... no mundo todo? ficar com ele.
o que você sonhou na noite passada? que eu tava arrumando um monte de comida pra levar pra casa do namorado. comoassim?
onde você está? em casa. em cima da cama, que eu arrastei até a mesa do computador. sedentarismo mode on.
onde você gostaria de estar agora? tô diboua aqui mesmo.
onde você gostaria de estar em seis anos? numa casa minha, bem grande e bem cara.
onde você estava há seis anos? no esquema escola-cinema-clube-televisão.
onde você estava na noite passada? em casa.
o que você não é? legal.
o que você é? chata. dã.
objeto do desejo? eu sempre quis ter um notebook. pra nada mesmo... só pra ter.
o que vai comprar hoje? hoje? são 10 pra meia-noite. acho que mais nada...
qual sua última compra? roupas de frio e bota. oi? eu moro em Teresina.
a última coisa que você fez? assisti [H]ouse.
o que você está usando? short e camiseta (que eu pintei).
na TV? nada.
seu cachorro? um poodle irritante e gay.
seu computador? funcionando dia e noite.
seu humor? uma bosta.
com saudades de alguém? sempre. até de mim mesma...
seu carro? você quis dizer "o carro da sua mãe"?
perfume que está usando? natura, lua.
última coisa que comeu? biscoito com requeijão, indagorinha.
fome de quê? emprego.
preguiça de… ? existir,
próxima coisa que pretende comprar? besteiras em Buenos Aires. desculpaê, tá?
seu verão? de janeiro a janeiro.
ama alguém? sim sim.
quando foi a última vez que deu uma gargalhada? terça, na casa dele.
quando chorou pela última vez? até um comercial de margarina me faz chorar...

6.5.09

sobre não perder a esperança

meu avô, Carlos, tem 89 anos.
ele tá há cerca de 45 dias numa uti, com vários problemas que nos levam a crer que ele não volta pra casa.
a minha avó, Clara, tem menos que ele. uns 86, talvez. não tenho certeza...
outro dia ela resolveu ir pra cozinha, fazer um doce de goiaba.
quando o doce ficou pronto, ela lavou o maior pote, encheu até a tampa e colocou um rótulo:
por favor respeitem, esse doce é exclusivamente do Carlos.

4.5.09

home is where the heart is

Sabe, a minha mãe. Ela definitivamente não é uma pessoal feliz hoje em dia. E é dessas infelicidades que consomem tanto a gente, que chegam a confundir... E eu chego a esquecer de uma imagem dela feliz. Eu sei que existiu, é claro. Em algum aniversário meu, ou quando eu nasci, ou quando ela tocava violão e saia com os amigos.

Não se pode dizer que ela não viveu nada... Ela teve romances, morou em outra cidade, fez alguns cursos, ganhou bem, se vestiu de várias formas, pintou várias telas... Até compôs e escreveu um livro de poesias. Esse não parece o histórico de uma pessoa infeliz.

E eu me lembro mesmo... Da gente aqui em casa e todos os meus amigos gostando dela. Lembro da gente indo ao shopping, pra se entupir de fast food. Já fizemos coisas muito divertidas. E eu já cheguei a publicar neste ou no outro blog (não vou procurar agora) que eu tinha a melhor amiga-mãe do mundo. Assim... Com essas palavras. E eu nem sei exatamente em que momento... Mas sei [e bem sei] que isso tudo se perdeu. E hoje é quase o oposto. Pode ser cruel, mas não seria exagero afirmar que ela é o meu maior motivo de infelicidade. Porque eu só me sinto bem quando estou ignorando as coisas que ela me disse ou fez. E só me daria bem com ela de novo se ela mudasse a postura dela. Na vida mesmo. Porque eu sei que todos passamos por dificuldades. E umas são piores que as outras (embora esse seja apenas um ponto de vista), mas... É importante tentar... Tentar ser alguém melhor sempre, por maiores que sejam as dificuldades.

Eu queria muito... Voltar a ter paz dentro de casa.

Home is where the heart is? My heart is not here.

28.4.09

sobre ídolos e afins

Quando eu tinha uns 15 anos (talvez um pouco mais), lembro de ter escrito uma carta pro Marcos Mion. Eu ia mandar pra MTV (ele fazia o Piores Clipes do Mundo). Acabei nem mandando... Achei outro dia aqui em casa e rasguei, envergonhada. Na época mandei o que eu queria dizer por email mesmo. Eu acreditava piamente que ia receber uma resposta. Eu achava que meu email tinha sido irreverente e original – que nem ele – e que ele ia perceber isso, se identificar e responder. Com o passar das semanas eu acreditava que chegaria ao menos um email padrão de resposta. Mas nada chegou... O tempo foi passando e eu esqueci. Preferi pensar que ele era mesmo muito ocupado, e que deveria receber milhares de emails por dia. Era até natural que não respondesse...

Foi minha primeira tentativa de aproximação com um ídolo. Frustrada.

Anos depois, li a Teoria Pedestáltica, que me fez acompanhar o Registro Dissonante, blog que leio até hoje. Na época que achei coisalindadedeus uma pessoa conseguir compreender e associar tão bem os sentimentos às músicas. Mandei um email pro autor, elogiando, avisando que o linkaria no meu blog (que não é esse, nem esse. É o primeiro que eu tive e não existe mais). Mais uma vez não obtive resposta.

E dessa maneira assim distante sempre foi minha relação com ídolos. Na verdade nem sei como elas nasciam, mas nunca chegaram a ser idolatrias de fato. Eram só pessoas que eu admirava. E não eram muitos, nem significativos. Tanto que quando eu ia responder aqueles questionários infantis eu sempre ficava sem saber o que colocar... E respondia “Jô Soares” ou “minha mãe” – ele só porque ser a primeira pessoa inteligente que vinha à minha cabeça. E ela só por falta de outro símbolo feminino.

Hoje então... Acho que não tenho nenhum. Tem alguns músicos que eu gostaria muito de conhecer (leia-se: ir ao show). Mas se fosse pra escolher um ídolo, ou melhor, alguém que eu admiro muito, etc., escolheria um tio meu. Ele é um estilo de vida a ser seguido. E sempre responde meus emails.

23.4.09

closer

eu sempre falei da magia que pairava na sinceridade da madrugada.
eis que descobri que ela não sei foi...
está aqui comigo e me leva a mil pensamentos.
me leva aos primeiros dias de aula, à menina do lenço vermelho, à fotógrafa da oi, a tantos óculos, de diferentes formas e cores...
me leva à primeira ida ao laboratório de fotografia, às mangueiras, viagens, piscinas,
às poucas e muitas saídas.
leva meu juízo pelo sol quente às duas da tarde, em busca de conversas, desabafos, coca-colas divididas.
e dá saudade.
uma saudade que aperta e lacrimeja, e que não deixa...
e não vai deixar.
porque essa distância aparente não existe.
e nem pode existir... quando as pessoas, as coisas, os fatos e os dias todos andam junto, dentro de você.

7.4.09

diário de um desempregado

9h
acordar com ele e dar bom dia
essa coisa de não ter que trabalhar até parece ser boa
11h13
contar as moedas
tenho 265 reais pra sobreviver até arranjar outro emprego
13h
despedir e voltar pra casa
já não tá mais tão animado
13h20
almoçar
comida sem graça...
14h
separar as peças pra montar o currículo
aaain... quanto tempo eu vou ter que esperar?
15h/16h
assistir vídeos da peça Improvável
o primeiro é engraçado, mas no 241875487º já não aguento mais...
16h50
ligar pra PII e reservar a casa.
sendo que eu acho que nem vou...
17h
comer ata com a vovó
a ata que eu escolhi tava podre, ótimo ¬¬
17h20
de volta na frente do pc.
tô babando de tédio já.
18h42
acho que vou arrumar meu armário...



e esse dia não acaba nunca...

25.3.09

eu preciso

eu preciso sair, pintar, tocar, cantar, sorrir, abraçar.
porque não aguento mais sufocar tristeza dentro de mim.
e é assim que eu externo.

20.3.09

one minute is a long time...

você já parou pra pensar quantos minutos da sua vida você já gastou com bobagem?
minutos perdidos se irritando com alguém, chorando demais ou emburrada?
minutos perdidos dando ouvido a algo que você não quer saber?
perdidos em lugares que não gosta, ouvindo músicas que não quer, trabalhando no que não tem interesse...
perdidos dentro de casa, dormindo ou só sendo um driftwood?
já parou pra pensar que, ao invés de passar o dia sendo besta na frente do computador ou alimentando maus pensamentos, você pode simplesmente esquecer as chateações e sair...
pintar o sete, ler guiness, gibi, cecília meireles ou paulo coelho (por que não?). dançar, cantar, sorrir, falar besteira... comer porcaria, abraçar, beijar e sorrir de novo.
pode fazer seus planos, fazer uma viagem, fazer um bolo...
pode fazer o que quiser.

um minuto é muito tempo...
a gente não pode ficar desperdiçando.

19.3.09

o ciclo natural das coisas...

É estranha a sensação de que você só está esperando alguém morrer...
Entrar num quarto de hospital e ver uma pessoa já idosa, moribunda, sem nem conseguir falar direito...
Sendo mais específica, essa pessoa é o meu avô. E, ao contrário do que todos esperam lá em casa, eu não fico dizendo que Deus vai ser bom e vai trazer meu avô de volta pra casa. Porque, se existe um Deus e ele vai ser bom mesmo, então ele só não vai deixar meu avô sofrer. E eu sei que se ele voltar pra casa, não vai passar o dia sendo professor Pardal, como ele gosta. Pelo contrário, ele vai continuar quase do mesmo jeito que está no hospital: parado o dia todo, dormindo ou fazendo qualquer comentário sem importância até mesmo pra ele, que só ta esperando o tempo passar e a morte chegar. Eu não quero ver isso. Eu não desejo isso pra ele.
Eu desejo que ele volte pra casa recuperado, podendo passar uma manhã inteira no supermercado ou no mercado velho. Eu não quero que ele venha pra casa só pra esperar outra internação sofrida, até não ter mais jeito. Pra ser assim, eu prefiro que ele vá, que descanse. Eu não quero que ele encerre a vida com dias sofridos.
Mas na minha casa não entendem isso... Acham que eu sou insensível.
Eu não diria que sou... Mas na realidade já estive com minha mãe à beira da morte algumas vezes. E já pensei mil coisas a respeito disso e das mudanças que isso causa e etc. Já chorei, já sofri e já me preparei. Acho que agora só me abalaria de verdade se fosse algo surpresa... Tipo com alguém mais novo, não sei... Mas tô preparada sim pra perder meu avô... E, pra ser sincera, não tenho certeza se choraria por ele ter ido... Choraria por minha avó estar sem ele, com certeza. Mas por ele, se chegou a hora, que aconteça o que for melhor pra ele (e só pra ele). Acho até egoísmo de alguns quererem que ele viva só pra tê-lo por perto... Sem pensar se é bom pra ele.
E eu não sou insensível... Eu realmente sinto muito pelo que vai acontecer... Tanto em termos de saudades, quanto em relação às futuras mudanças. Mas... É o ciclo natural das coisas...

9.3.09

6 coisas, 6 links

Que ela indicou.


1- Meu plano pra vida é poder gastar minhas tardes em conversas, pinturas, músicas ou algo mais que me agrade, distraia e não seja trabalho.
2- Adoro batata de bacon do batataz e sushi.
3- Não vejo vantagem em receber flores.
4- Eu quero bem mais que escrever roteiro pra comercial de varejo.
5- Meu lugar preferido em Teresina é o Mirante do Monte Castelo.
6- Assisto Big Brother e não me sinto burra por isso.




Passo a vez pra Paula, Lucy, Sanmya, Nat, Rafa e Ana.

25.2.09

etc

Às vezes tenho uma vontade desmedida de escrever coisas que eu nem sei o que são.
Fico anotando mentalmente parágrafos soltos de textos que raramente passam pro papel.
Às vezes toca um blues dentro de mim que faz meu corpo dançar por dentro mesmo estando no trabalho.
Às vezes eu sinto outras coisas por dentro. No meio do trabalho também.

Eu não costumo me deixar levar. Mas há quem saiba segurar minha mão, e aí eu vou a qualquer lugar.
Meus planos de adolescência eu nem lembro, mas sei muito bem o que eu quero da vida agora, o que eu fiz ontem, e quase tudo que vou fazer amanhã.

Eu gosto das coisas bem maria claras, mas às vezes elas saem do rumo. E “nãos” e “perdas de controle” são difíceis.
Mas os raios ainda não caíram na minha cabeça, e por mais que existam tardes cinzas, as noites são bem mais coloridas.
E a coisa que eu mais gosto no mundo todo são os abraços nas manhãs.

18.2.09

Cecília Meireles sobre o Carnaval

Quem diria que tantas pessoas bem comportadas, e aparentemente elegantes e finas, alimentam, durante trezentos dias do ano, o modesto sonho de serem ursos, macacos, onças, gatos e outros bichos?

4.2.09

momento querido diário

então...

esses dias no trabalho tá sem muito pra fazer.
o que me deixa submersa num tédio profundo.
até meio que perdi a vontade de vir pra cá (é, tô no trabalho agora).

semana que vem tem as solenidades de formatura.
e eu sei que vou chorar, mesmo duvidando que algum momento supere a apresentação da monografia.

tem gente da turma que certamente nunca mais vou ver... alguns já nem lembro o nome. =x éam... minha memória é muito seletiva.

enfim, ontem eu não dormi e foi certamente a noite mais desconfortável da minha vida.
eu não quero que ela se repita.
fora isso, não sei bem o que eu quero agora.

e o blog... totalmente abandonado, né? acho que tenho passado os dias pensando tanto e escrevendo tanto que cansa andar por aqui. certo, isso não é desculpa. mas eu gosto de fingir que é.

hm. agora tô na moda: https://twitter.com/tangerinejuice

té.

8.1.09

doismilenove

Em 2009, mostrarei como realmente as pessoas compram. Inverterei a pirâmide de Maslow. Inventarei outro nome para a análise SWOT. E acabarei com os MBAs em marketing.

aqui


Então...
Ano novo.
Mesmo amor.
Mesmas roupas.
Mesmo orkut. Mesmo endereço de msn.
A novela das duas ainda passa.
Mas não vejo mais...
Novo emprego.
Menos tempo.
Mais esperança.