22.10.07

até que ponto uma pessoa é capaz de se sacrificar?

Eu acho mesmo que sou uma hipócrita.
Porque é muito fácil sentar aqui e digitar mil palavras de cobrança ao mesmo tempo.
É fácil sentir falta e por a culpa na outra pessoa. É fácil se sentir no direito de sofrer.
Mas o que foi feito?
O que eu fiz quando foi minha vez de demonstrar preocupação?
O que eu fiz em todas essas vezes que a minha consciência acusa que eu devia ter estado lá.
Às vezes eu acho pouco pra mim mesmo... Tudo o que acontece.
Porque, se fosse eu, não teria aturado meia dúzia de desaforos.
Teria mesmo jogado na cara muita coisa...
Eu vou falar com a moral de quem fugiu e anos depois deu a louca e achou que tinha de novo o direito de gostar e querer e estar presente.
A moral de alguém que não se fez presente quando foi preciso.
Porque se você só pensa em ligar, a outra pessoa não tem como atender.
E ela nunca vai saber.
Nunca vai saber que você se importava.
Porque se eu sabia que gostava, isso só valia pra mim.
A não ser que eu me desse conta de que a pessoa não adivinha. E que é a maior burrice esperar que um dia tudo fique bem.
Porque amanhã a pessoa pode ir embora.
E aí?
Aí nunca mais...
Aí não adianta depois implorar atenção no msn, se sentir mal, fazer a outra pessoa se sentir mal. Porque... No fundo... O que eu faria pra mudar essa situação? Eu nunca me sacrificaria. Nunca arriscaria. Nunca mudaria minha vida por uma simples tentativa.
Então, com que direito eu peço atenção?
E por que me acho com mais razão que ele?


Extreme ways are back again
Extreme places I didn't know
I broke everything new again
Everything that I'd owned
I threw it out the windows, came along
Extreme ways I know move apart
The colors of my sea
Perfect color me

(Extreme Ways - Moby)

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