28.3.07

São 3 e 25 da manhã... e eu tinha que dormir...
Mas encosto minha cabeça no joelho, sentada à frente do computador...
E fico parada, sentindo meus dedos gelarem e meu corpo ficar cada vez mais frio (só porque tenho preguiça de desligar o ar-condicionado).
Na verdade eu tenho preguiça de dormir...
Já falei sobre isso?
É que eu olho pra minha cama, à minha direita... e tem toda uma bagunça/mistura de livros, roupas, lençóis e linguado... ali... pr’eu arrumar antes de dormir...
Mas antes de dormir eu também tinha várias outras bagunças pra arrumar.
Toda a bagunça de livros que eu tenho que terminar de ler, trabalhos pra fazer, coisas pra parar de pensar.
[coisas pra parar de pensar...]
Eu tinha que arrumar tudo antes de dormir...
Mas já é hora de dormir.
E a bagunça continua...

[3:30]

26.3.07

Você corre, corre, corre... e as pernas doem, o corpo cansa... a fome até passa...
Mas você não se afasta.
Não se afasta, porque em sonho tudo vem de novo...
Ou porque o quarto escuro te lembra.
Ou a música te lembra.
Ou você pisca e lembra.
Ou só porque não adianta correr...
E pode vir outro dia.
E outro.
E outro.
Podem vir todos os shows ou lugares ou trabalhos a fazer.
...lembra!
Você pode até correr...
Mas não adianta querer fugir sem saber pra onde vai.

24.3.07

Todo mundo tem um mapa.
Mapa, que mapa... eu estou a deriva, a deriva...
Alguns são feitos a caneta,
Outros cravados a ferro e fogo.
E outros são quase transparentes.
Não enxergo um palmo à frente do nariz...
tudo é muito escuro, uma escuridão, um breu!
Há também aqueles que são como as linhas das mãos,
Acho que o mapa de Sissi é assim.
Sissi, sissi, que sissi - lá vem você com essa história de sissi, sissi
Ela nasceu com a mão esquerda para ser imutável,
E a direita em eterna insconstância.
Haaha, quer apostar, quer apostar, quer apostar?

(texto da Fernanda Young pra abertura do show Sissi Na Sua, da Marina Lima.)




sou Sissi hoje, ok?

21.3.07

A moça se arrumou e saiu.
Não que ela quisesse. Não que ela gostasse. Mas talvez ele fosse...
E não que ela goste dele... Ela gosta da maneira como ele gesticula e acha engraçado os pulinhos que ele dá no meio da rua.
Talvez o moço nem a perceba entre as outras pessoas... mas ela o percebeu, num dia em que ele calçava sapatos bonitos e trazia consigo um livro que ela adora.
Nesse dia a moça fitou seus olhos no rapaz e pensou que “engraçado” podia definir o sentimento.
E ela passou a observá-lo, escondidinha...
Cada poema que ele recitava, seja lá para quem fosse, a moça tomava para si. Não a fim de suspirar... na verdade, ela nem sabia o que era isso...
A tal moça não contava tempo, nem sóis passados, nem ao menos luas... mas ela sabia que muito aconteceu desde que o viu pela primeira vez... E ali, parada, olhando para a porta, seu coração até apertava.
Foi então que o moço entrou vestido de branco, como num filme clichê... Os pés agora calçavam chinelos. Não que isso fizesse diferença. E não que ela fosse observadora. Mas ela estava ali para vê-lo. E o viu.
Olhos cruzaram, pessoas ao redor emudeceram, qualquer outro som cessou e restou apenas o barulho dos olhares. Sim, porque eles ecoam dentro de você... como um rufar de corações e um trelar de joelhos batendo.
E não fique triste ao saber que essa história não avançou, pois para a moça isso não é surpresa.
Como quem já espera o desenlace (ou talvez como quem tem medo de mudar o final da história), ela apenas imaginou todas as coisas que poderia dizer ao rapaz.
E nessa noite ele não gesticulou e nem deu pulinhos engraçados.






e quem disse que eu também não posso ser piegas?

19.3.07

Reprodução do e-mail enviado por Pedro Vaz ao seu chefe, onde descreve a visita que fez à São Paulo, quando foi enviado de Lisboa (juntamente com seus colegas) para redescobrir o Brasil:



Senhor,

Sei que não sou a pessoa mais capacitada para escrever esse e-mail, mas, assim como os outros presentes na viagem, farei uma descrição do lugar que encontramos.
Peço que desconsidere qualquer erro, pois ainda que falte riqueza de vocabulário, sobra boa vontade.
Nosso vôo, como já sabíamos, durou quase dez horas. Mas cerca de duas horas antes de aterrissarmos, já podíamos ver o céu limpo e azul da terra nova.
Quando o avião começou a perder altura para pousar, vimos que chegaríamos numa cidade grande, com muitos prédios, avenidas largas e um fluxo intenso de carros.
Ao chegarmos, avistamos pessoas que andavam de um lado pro outro no aeroporto e aparentavam muita irritação. Eram homens, mulheres, idosos, crianças, todos com um semblante de raiva. Eles gesticulavam e falavam alto com os funcionários do aeroporto, numa situação que nos deixou realmente confusos e acanhados.
Lá fora, o dia apresentava-se quente e ensolarado e ainda estávamos um tanto perdidos, por causa do fuso horário, mas sabíamos que era hora de pegarmos um táxi para irmos ao hotel.
Durante o trajeto confirmamos a visão do lugar que tivemos ainda no avião: muito congestionamento, barulho, poluição, corredores de prédios, pessoas com um ar bastante apressado e também muitos pedintes na rua. Estes últimos, inclusive, nos assustaram um pouco, pois tinham aparência de quem não se alimentava direito há muito tempo e estavam muito sujos. Resolvemos parar e nos aproximamos de alguns deles, mas nenhum sinal de cortesia fizeram. Entretando, um deles fitou o colar do Capitão e começou a fazer gestos em nossa direção... E quando nos espantamos ele já estava correndo para bem longe com o colar nas mãos.
Não nos deixamos intimidar por tal situação, e insistimos no contato:
Mostramos-lhes uma fotografia; fizeram pouco caso dela.
Demos-lhes ali de comer: peixe cozido, confeitos, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora.
Trouxemos-lhes vinho; mal puseram a boca; beberam tudo e ainda quiseram mais.
Um deles viu umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhe dessem. Temendo pelo que já havia acontecido anteriormente, resolvemos entregar logo e seguimos nosso trajeto rumo ao hotel.
No dia seguinte pela manhã, fomos conhecer a cidade e observar o modo de viver das pessoas e suas maneiras. Passamos por um rio que lá corre de leste a oeste, de margens visivelmente alargadas e águas turvas e poluídas, que correm por dentro da região.
Não houve mais fala nem entendimento com os nativos, pois a barbaria deles era tamanha que se não entendia nem ouvia ninguém. Apenas acenávamos-lhes esporadicamente.
E segundo o que a mim e a todos pareceu, esta gente, não entendeu direito ainda o regime democrático que foi adotado por eles mesmos, pois pareceu a todos que nenhum respeito nem adoração têm pela democracia. Eles parecem viver culpando uns aos outros pelas más situações que acontecem entre eles, sem tomar uma iniciativa para que algo de realmente bom lhes aconteça. E bem creio que, se o Senhor tentar persuadi-los, todos serão tornados e convertidos ao seu desejo.
No entanto, esta terra, Senhor, parece-me que está repleta de uma vontade de viver a muito tempo não vista. E entre esses citados acima, que se culpam e não se unem, há também aquelas que levam muito amor consigo e estão dispostas a trabalhar para melhorar o lugar onde vivem. Esse é o melhor fruto que dela se pode tirar e parece-me que irá salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que o Senhor nela deve lançar.
E desta maneira dou conta ao Senhor do que vi nesta terra. E se acabei me alongando, que me perdoe, foi o desejo que tinha de lhe contar tudo.
Espero que continue contando comigo, tanto nesse cargo, como em algum outro que possa lhe auxiliar.
Abraços,
Pedro Vaz.




o.O
hahahahahah
é que a professora de redação publicitária mandou reescrever A Carta de Pero Vaz de Caminha da maneira que cada um quisesse...
a minha deu nisso aí...
=P

17.3.07

ok.
número 54 da lista:
trabalhar trocas de olhares.


eu hoje cheguei à conclusão de que quando eu quero demonstrar interesse por um cara, eu consigo olhar pra tudo, menos pra ele.
a não ser que ele não esteja me vendo...

15.3.07

oi,
hoje eu queria sentar e te escrever...
escrever o quanto meu dia foi bom e o quanto eu me senti bem.
que eu sentei e comi sushi com as minhas amigas.
lembra que eu te disse que nunca comeria sushi?
poisé...
e você não estava lá.
mas eu queria que você estivesse.
quando eu fiquei só e um vento de paz soprou, eu senti sua falta...
acho que você tá fugindo de mim...
você tá sempre ausente...
e nem consigo mais te contar de todos os meus projetos e de como o meu cabelo cresceu.
nem posso te falar que eu fiquei gripada e só queria teu abraço...
não posso te mostrar todas as músicas que eu quero e nem te falar de todos os filmes que eu vi, assim como o quão sem graça é um cinema sem você.
ah! e sabe aquele lugar? sempre penso em você quando estou lá...
todos os outros beijos são mecânicos e os outros olhares não me dizem nada, não fazem meu olhar brilhar... e os abraços? os outros abraços? pra que?

às vezes fico ausente junto com você.
mas talvez você nunca volte.
e eu?
não posso continuar fingindo que você vai me ler...

13.3.07

Muito Prazer! ;)

tá...
esse post é só de apresentação mesmo...
=P

não que eu não goste mais da Clementine e etc...
mas mudar é bom...
a Clementine, inclusive, muda sempre... (os cabelos, você sabe...)

e você há de concordar com esse layout ficou fofo!
;)

agradecimentos à
Dane, que me ajudou com o layout.